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sábado, 29 de novembro de 2014

O BHC CONFIDENTE DE SONHOS

Aos sábados, dia de acordar mais tarde, por volta das seis,  em alguns a rotina era quebrada pela limpeza mais detalhada dos pavilhões. Banheiros, perfumados com criolina, camas e estrados eram quase lavados com um pedaço de pano encharcado de querosene, nos colchões eram polvilhados porções de BHC, veneno agrícola, hoje proibido por ser cancerígeno, por nós usado pra matar pulgas, traças, fungos e o que mais viesse,  destruía qualquer odor, o diabo do BHC era confidente dos sonhos, no chão passava-se cera pra dar brilho e conservar o piso que depois de escovado e lustrado era quase um espelho, com a luz refletida dava pra se ver os vultos e a aquarela no horizonte. O tratamento era feito por todo o lar ao termino, enxada de forma amena, geralmente se trabalhava nos canteiros de flores, e plantas que traziam vida e harmonia ao lugar, nos faziam crer num imaginário concurso do lar com jardins mais bonitos,  pura ilusão, toda visita externa era feita nos lares de baixo, os mais distantes eram totalmente discriminados e esquecidos pela distancia. O 22 por ser o mais próximo da administração e da saída, recebia a maior parte das visitas e até algum utensílio ornamental, sendo o mais protegido e beneficiado, queriam que a maquiagem de lá fosse o reflexo do que nos outros não existia, geralmente as visitas saiam com boa impressão, sem falar mal e até comovidos com a obra instituída e fundamentada.















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