Em 1958 o filme o cantor e o milionário com Anselmo Duarte, Eva Vilma, Paulo Goulart, Maysa Matarazzo, Marlene, Luiz Delfino teve a participação da banda do EDD. também teve a honra de ter por um breve período a regência do maior de todos, o maestro Pedro Salgado, e também o maestro Gaya.
Pelos anos 70 restou a fama e a banda não era nem sombra do que foi mas os concursos de bandas e fanfarras estaduais e nacionais por essa época eram muito fortes com disputas espalhadas pelas cidades paulistas, Ibirapuera, Pinheiros e as finais com distribuição de troféus na Avenida São João.
Ali onde as bandas se reuniam antes dos desfiles pra um aquecimento é que a imensidão da distancia de nível, de educandários e mundos se escancarava. Balizamentos, alinhamentos perfeitos, marchas cruzadas, e jovens fortes sem marcas na pele ou semblante, e uma infinidade de lindas moças, altas, e que zanzavam caminhando garbosas, soberbas, perfumando e enamorando o ambiente qual flores da primavera em uniformes de gala nos finos tecidos, cravejados de grandes botões dourados, luvas bordadas, plumas nos quepes, talabartes e sapatos engraxados em brilho fácil, empunhando instrumentos afinadíssimos, alguns nunca vistos. Era ali que perdíamos o concurso, era ali ao olhar pra si, os uniformes simples e sem nenhum detalhe, conga branco com ameaças pra não sujar, calça vermelha de tergal, blusa fechada azul de gola redonda e manga comprida, nada de quepes, ou enfeites, esses só na percussão, bumbos, surdos adesivados em papel camuflado e em destaque só mesmo as luvas brancas também sob ameaça. A comparação nos reduzia e travava até o caminhar, alguns eram quase estátuas.
Do palanque um narrador enaltecia a resenha descrevendo toda a historia da agremiação, nessa hora se esquecia de todo o cotidiano, a condição de cão sem dono e orgulhosos sentíamos a alma arrepiada ao anunciarem Banda Marcial Masculina Educandário Dom Duarte, os aplausos sempre fervorosos e comoventes nos enchia de garra e fibra, arrancando força e postura do íntimo. Multiplicavam se aplausos e demonstrações de carinho ao ouvirem os acordes de Romeu e Julieta num samba?!!!. A batucada contagiava e os contrapontos carnavalescos firmavam a melodia enlaçando o dueto das marimbas, pistões, bombardinos, trombones e cornetas em diversas vozes. Espontaneamente o publico e adversários solfejavam notas bailando e balançando o corpo numa mistura de opera e samba, carnaval e casamento, foi ali que aprendi a enxergar a emoção na alma de quem ouve e quem faz, de quem toca e é tocado. Premiações? que me lembre, só por participar, troféus? trouxemos muitos, eles iam pro ego e pra galeria de belas recordações, eram o carinho, cumprimentos e respeito do publico, julgadores e de nossos adversários.
Banda desconhecida avenida São João
A foto de banda desconhecia é do google imagens e chega muito perto dos tons do antigo uniforme
TENTATIVA DE RECRIAÇÃO DO ARRANJO ORIGINAL DOS ANOS 70
Trecho do filme o cantor e o milionário com a Banda do EDD.
desfile atual com montagem da música Dois Corações de Pedro Salgado
Fotos e vídeos: Google imagens, You Tube, Correio Paulistano, O Estado de São Paulo, jornal de notícias, arquivo pessoal, amigos do facebook, colaboradores Edu da águas, Airton dos Santos e Pedro Nitinha Nolasco, Carlos Rodrigues, Lourenço lar22.