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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

BALUARTE E GURDIÃO




ESSA  FOTO É DO MEU AMIGO NILTON VITORINO DA VICTORINO'S PRODUÇÕES, VIVEMOS NA MESMA ÉPOCA NO EDD E DIVIDIMOS ALGUMAS HISTÓRIAS, AMIGOS, MOMENTOS JUNTOS, PARTILHAMOS MUITAS IDÉIAS EM COMUM  ELE  ME INCENTIVOU E ENSINOU A CRIAR ESSE BLOG, TODA ASSESSORIA (MINHA FALTA DE CONHECIMENTO) É A ELE QUE RECORRO. A VIDA LEVOU PRA MORAR PERTO DELE NA BAHIA UM OUTRO AMIGO O BIRIBA TAMBÉM DA MESMA ÉPOCA, COINCIDÊNCIA NÃO,  FOI DEUS QUE MANDOU. NILTÃO É O OMBUDSMAM  DO NOSSO BLOG , NOSSO PORQUE ELE É TODOS QUE TIVERAM O PRAZER OU NÃO DE CONHECER, VIVER LÁ. OU SÓ PASSAR POR CULPA DO DESTINO.
A FOTO É DA ADMINISTRAÇÃO ONDE QUEM COMANDAVA ERA SEU TINOCO UM SENHOR DE VOZ ROUCA E GRANDES ORELHAS MAS QUE JÁ QUASE NÃO EXERCIAM SUA FUNÇÃO, ERA CONVERSADOR E FAZIA GALANTEIOS ÁS MÃES DOS ALUNOS E FOI APÓS UM QUE ELE ENTREGOU UM CALENDÁRIO IMPRESSO EM NOSSA GRÁFICA COM OS HORÁRIOS DE SAÍDA E RETORNO  E OS  DIAS DE VISITAS E PASSEIOS.
EM SUA SALA QUE FICAVAM ARQUIVADAS E GUARDADAS PARTE DA MEMÓRIA DO EDD, FICHAS DE INTERNAMENTO E REGISTROS, FOTOS QUE ERAM MUITAS E DE INESTIMÁVEL VALOR HISTÓRICO, TAÇAS, TROFÉUS, MEDALHAS, PLACAS DE HONRA AO MÉRITO DE CONQUISTAS, PARTICIPAÇÕES DOS TIMES DE FUTEBOL, DA BANDA OU INDIVIDUAIS, DOS ALUNOS E FUNCIONÁRIOS. DOE E MUITO SABER QUE TUDO SUMIU, NÃO SE SABE ONDE FORAM PARAR, NEM A ATUAL DIREÇÃO (LIGA SOLIDÁRIA) QUE DESDE QUE ASSUMIU FAZ UM EXCELENTE TRABALHO, SEM CONTESTAÇÃO, ELES PERMITEM A REALIZAÇÃO DE UM ENCONTRO ANUAL DOS EX ALUNOS, CEDEM O ESPAÇO E ORGANIZAM O EVENTO E OS DIRETORES DA LIGA SOLIDÁRIA TEM UM BOM RELACIONAMENTO COM MUITOS EX ALUNOS E ATÉ AJUDAM NO QUE FOR NECESSÁRIO. O PECADO MORTAL FOI O DE NÃO PRESERVAR O ACERVO HISTÓRICO.
QUANDO FOI FUNDADA A CIDADE DE MENORES ABANDONADOS (EDUCANDARIO DOM DUARTE) HOJE LIGA SOLIDÁRIA, ELA SE DEU ATRAVÉS DE DOAÇÕES DE FAMÍLIA RICAS DA SOCIEDADE PAULISTA E PAULISTANA, COMERCIANTES, INDUSTRIAIS, SENHORAS QUE VIVIAM FAZENDO CARIDADE, PESSOAS INFLUENTES E ABASTADAS. ERA DOADO O QUE FOSSE POSSÍVEL, EXEMPLO ROUPAS, COBERTORES, UTENSÍLIOS, MÓVEIS, VACAS, GALINHAS, ENXADAS, MEIAS E ETC. COM O TEMPO SÓ RESTARAM OS BENS DURÁVEIS POR EXEMPLO MOVEIS. COMO APRENDI NA MARCENARIA DO EDD, O VALOR DE MUITOS MOVEIS ESTAVA NA QUALIDADE DA MADEIRA EMPREGADA, NA QUALIDADE DA FABRICAÇÃO QUASE ARTESANAL E O PEDIGREE, ALGUNS MOVEIS FORAM DOADOS POR EXEMPLO PELAS FAMÍLIAS MATARAZZO, ALVARES PENTEADO, LARA NOGUEIRA, NAVARRO DE ANDRADE. CREIO QUE DARIA PRA TER GUARDADO COM CARINHO MUITA COISA, MAQUINÁRIO DA´ESCOLA PROFISSIONAL, PROJETOR DO CINEMA, O ANTIGO PAINEL PINTADO A MÃO DA ENTRADA DO EDD, OS INSTRUMENTOS, FARDAMENTO E ORNAMENTOS DA BANDA MARCIAL, ESCRIVANINHAS, CADEIRAS, BIRÔS, CRISTALEIRAS, ESCOVÕES. FALO ISSO DE LONGE E É  FÁCIL CRITICAR DE LONGE SEM SABER A REAL SITUAÇÃO, A ULTIMA VEZ QUE LÁ ESTIVE FOI EM 1984. DESDE QUE COMECEI A QUERER SABER MAIS SOBRE O EDD, COMECEI UMA PESQUISA SEM FIM ONDE É POSSÍVEL, CONTAVA MINHA HISTÓRIA PROS AMIGOS E JULGAVA SER SINGULAR,
ME ENGANEI REDONDAMENTE, NAS PESQUISAS DESCOBRI UMA INFINIDADE DE EDUCANDÁRIOS PELO BRASIL AFORA, ALGUNS COPIADOS DO NOSSO MODELO, ATÉ O TIPO DE ARQUITETURA É IGUAL, OS PROBLEMAS, AS SUPERAÇÕES E AS HISTÓRIAS DE VIDAS. A GRANDE DIFERENÇA E É A QUE FAZ INVEJA É A CONSERVAÇÃO DE SUA HISTÓRIA, SEM MAQUIAGEM, EXPLICITA E VERDADEIRA.





FOTOS ARQUIVO PESSOAL E NILTON VICTORINO

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

UM RIO CHAMADO JORDÃO



JORDÃO, UMA PESSOA ILUMINADA, ASSIM  ERA,  ERA ASSIM O JORDÃO.
NO PAVILHÃO ERA O BEM HUMORADO QUE DERRAMAVA ALEGRIA, E ESPALHAVA PALAVRAS DE CONFORTO E ALTO ESTIMA A ALGUÉM  NECESSITADO, RESPEITADO POR TODOS PELO CARISMA NUNCA DISTRIBUÍA FORÇA BRUTA, AMIGO NA EXTREMA E TOTAL UNANIMIDADE ENTRE OS INTERNOS NÃO TINHA RUSGA COM NINGUÉM, ENTENDIA E LHES CONFIDENCIAVAM SEGREDOS NUNCA REVELADOS;
ZÉ MACACO, O TEMIDO ZÉ MACACO, O CACETEIRO, CARGA TORTA DE DISTRIBUIR PANCADA SEM PENA  E PRA QUALQUER LADO, PROS MANDATÁRIOS ERA UM DESORDEIRO MARGINAL PRO AMIGO E PRA MIM ERA UM MULEKE TRAVESSO, E FICAVA DOCE AO SEU LADO, RIAM, ZOMBAVAM, CAÇOAVAM JUNTOS SEM OFENDER E NÓS  SEM SABER DE QUEM OU O MOTIVO DAS GAITADAS.
ZÉ MACACO ERA A PEÇA FORA DO EIXO O ÚNICO QUE PEITAVA O LÁZARO CAPANGA, FAZIA ELE ARREGAR SEMPRE E FORAM VARIAS VEZES, SÓ NA SUGESTA  DAS PALAVRAS, RETICENCIADAS PELO OLHAR,  EM ALGUMAS  A PROVOCAÇÃO ERA TAL QUE DAVA AS COSTAS E BAIXAVA OS BRAÇOS  NUM DECLARADO DESAFIO, MAS O LÁZARO NÃO TINHA CORAGEM DE SE METER A BESTA COM O NOSSO ULISSES, E A GENTE FINGIA NÃO PERCEBER NADA PRA AMAINAR QUALQUER  RETALIAÇÃO.  NO EPISODIO DO INCÊNDIO NO BANANAL FOI DURAMENTE INTERROGADO DOS PLANOS E PARADEIRO DO ZÉ, SOME-SE AI ALGUNS ESCULACHOS E PANCADAS MAS O JORDÃO NADA DISSE, POUCO ANTES TENTARAM AGARRAR O ZÉ A MANDO  DO LÁZARO O SENHOR DO FEUDO, QUATRO NÃO PUDERAM E  O SENHORIA ENTREGOU O MEDO QUE SENTIA, DEPOIS O ZÉ FUGIU E ATRIBUÍRAM A ELE O FOGO DO BANANAL, JORDÃO MONTOU GUARDA NA JANELA NESSA NOITE TENTANDO IDENTIFICAR OS VULTOS, DIAS DEPOIS SOUBEMOS POR ELE QUE O ZÉ TAVA NA CADEINHA " EM BERÇO ESPLENDIDO  RECEBENDO OS CARINHOS DE CAPTURADO ". VEIO REMANEJADO DA CASA DA INFÂNCIA E DESDE CEDO MANIFESTAVA OS DONS ARTÍSTICOS, LER E MÚSICA ERAM OS PASSATEMPOS PREFERIDOS POUCO SE ENVOLVIA NO FUTEBOL TÃO CORRIQUEIRO E CONSTANTE,  MAS ERA O CHEFE INEXISTENTE  DA TORCIDA NOS JOGOS DO CAMPÃO, INEXISTENTE MAS ESSENCIAL AO MORAL DA TROPA NO CAMPO E NA ARQUIBANCADA, LUIZ PAULO, O FORMIGÃO, EMERGENTE, POR OPÇÃO OU FALTA LHE CONFIAVA O GRANDE RADIO DE NOVE FAIXAS E MUITAS PILHAS, AI PODÍAMOS CURTIR O SOM TAMBÉM E BULINAR EM SEGREDO O MODERNO APARELHO. ERA  TIPO UM EMBAIXADOR, A PONTE ENTRE OS VETERANOS E OS RECÉM CHEGADOS ARISCOS NOVATOS, UM CAIS PRA ELES.
SUA AURA DE LUZ ERA FORTE, ACREDITO QUE CAUSAVA INVEJA NO LÁZARO FEITOR E SENHOR DO FEUDO QUE VIVIA LHE PERSEGUINDO, PUNIA SEM MOTIVO, ALUDIA LHE FEMINILIDADE PELO FATO DE SEU NUMERO SER O 124, PURO PRECONCEITO E INDIGNAÇÃO E DOR DE BATER  FORTE EM TODOS, E O LAZARENTO GRITAVA, EXCOMUNGADO, NEGRO, NEGRO LAZARENTO, MORFÉTICO E OUTROS IMPROPÉRIOS ERA O SEU PRAZER QUERER HUMILHAR.
MORFÉTICO, LAZARENTO, AMALDIÇOADO VINHAM DA ORIGEM DO SEU PRÓPRIO NOME, LÁZARO, E DEVE TER SIDO ESSA SUA SINA MORIBUNDA, POIS O BAZÃO QUE O HAVIA JURADO DE MORTE  O ENCONTROU BÊBADO MALTRAPILHO, CAÍDO NAS COXIAS DAS SARJETAS DE PINHEIROS E POR DEUS, NUM LAMPEJO DE RELIGIOSIDADE O PERDOOU DOS PECADOS, OUTRO NO MINIMO O TERIA CUSPIDO E LHE URINADO NA CARA TAMANHO ERA O SENTIMENTO DA NOSSA CURRIOLA. NÃO FARIA ASSIM O ILUMINADO, NÃO DERRAMARIA OS BORDÕES DO RANCOR OFERECERIA A FACE DA DOÇURA. AFINOU E TEMPEROU A GARGANTA COM ALGUNS CHOROS QUANDO PERDEU O GOGO NA MUDANÇA DE MENINO PRA RAPAZ E POR ESSA FASE ERA O PISTONISTA DA BANDA. TODA FESTA, PRINCIPALMENTE AS DE FIM DE ANO LÁ ESTÁVAMOS JUNTOS PARTICIPANDO, ELE DE PISTOM E EU DE MARIMBA E OS DOIS NO CORAL, JUNTOS TAMBÉM NA BANDA, AI O NEGÃO MANDAVA BEM PRA CARACA COM FRASES ACENTUADAS  E PRECISAS. NO SAMBA COMO ERA CHAMADO O ARRANJO PRO TEMA DE ROMEO E JULIETA, HAVIA UMA BRIGA FERRENHA ENTRE ELE PISTOM, LÚCIO TROMBONE E O CÁSSIO NO BOMBARDINO,  MAS LUTA DE FRASES, NOTAS E BELEZA E UM INSULTAVA O OUTRO A FAZER MAIS BONITO, AQUILO CONTAGIAVA O TODO A SEGUIR O COMPASSO DA MARCHA BATIDA. TAMBÉM. ACABOU COM A MONOTONIA E O ENFADO DAS MISSAS POR PURA BRINCADEIRA E INSTINTO, ELAS PASSARAM A SER VIBRANTES E PRAZEROSAS, DESSAS QUE SE PEDE PRA NÃO PERDER. O DANADO DO JORDÃO JÁ COM AS CANARIAS PENAS DA VOZ TROCADAS RECRIOU ALGUNS CANTOS, POR ESSA FASE ELE TINHA IDO PRO 15 ONDE SÓ TINHA OS JÁ NO PONTO PRA SEGUIR VIAGEM MUNDO AFORA, E AS VOZES JÁ FORMADAS E DISTRIBUÍDAS, SEM ENSAIO SÓ NA BASE DAS CONVENÇÕES CHEGAVAM ÁS SEMIFUSAS DE BEIRAR O GREGORIANO.
NA PASCOA PRINCIPALMENTE E NAS MISSAS, MESMO DESGARRADO AINDA PROCURO OUVIR E SENTIR O PROVA DE AMOR, SAUDADES, MUITAS SAUDADES DA TROPA E FICOU O AGNUS SEI E DA ARMA OCULTA EM SUA MÃO.

"JORDÃO ERA UM RIO EM CALMARIA QUE FLUÍA SERENO SEM ATROPELOS NA  LUTA COM AS MARGENS, SEM DESTRUÍ-LAS OU DESFIGURA-LAS, IA MOLDANDO-AS  COM SUA INTENSIDADE POUCO A POUCO, SEM DISTINÇÃO CARREGAVA O GALHO OU FLOR, BARCO OU CANOA, LEVAVA A ÁGUA  Á TERRA COM SABEDORIA SEM INUNDA-LA E SE ESPRAIAVA, PRA  NO SEU  ESPELHO VER O BRILHAR DA PAISAGEM."

O TRECHO A SEGUIR É DO AMIGO NILTON VICTORINO, INCENTIVADOR E COLABORADOR  É  O OMBUSDSMAN DO BLOG.  O TRECHO É DE UM POST DO BLOG LEMBRANÇAS DO EDUCANDÁRIO DOM DUARTE, CADA UM A SEU JEITO CONTA UM POUCO DO EDD E TEM MUITA COISA INTERESSANTE O LINK É  


lembrancasdoarpoador.blogspot.com/



Estávamos de bobeira, do lado de fora do refeitório central e cantávamos.
Havia alguns meses que a comida não era mais feito no pavilhão 23 e o chefe era o Ivo. Nós (eu, o chumbinho, o Téquinha e o Viana) estávamos em horário de descanso, já havíamos servido o almoço e lavando a cozinha.
Tínhamos o habito de cantar, como se fossemos um coral, os quatro juntos, éramos todos jogadores do infanto-juvenil (por conta disso, eu estimo que tínhamos uns 12 anos) se não me falha a memoria, nesse dia, era Fagner que cantávamos... Ai, Coração alado desfolharei meus olhos nesse escuro véu.
Ainda cantando, pudemos observar que o Jordão descia a rampa do pavilhão 15, vinha em nossa direção, com ares de quem ia nos mostrar uma coisa surreal. 
Carregava no ombro direito um grande radio portátil (aquele dos anos 80) ao aproximar-se de nós, tirou do deck uma fita cassete branca... Clube da esquina 2, e ria, um riso desafiador que nos incomodou.
O Jordão era mais velho, tinha uns 16 anos, cantava num coral profissional e ainda fazia teatro.
Batia a fita no peito e ria.
-Vocês acham que isso é musica?
-E o que é que você tem aí? perguntei-lhe, já constrangido.
-Milton Nascimento.
-Ah, já conhecemos Milton-disse o Téquinha- e 
nem é tudo isso.
O Jordão era um negro alto e magro, com sua cabeleira Black Power ele ficava bem mais alto, pôs a fita no deck, sem ainda o fechar, colocou com zelo o radio no chão e passou a bater no cabelo, como quem os arredonda.
Crianças inocentes...sentem-se e prestem atenção.
Sentamo-nos e ele fechou o compartimento da fita, em seguida apertou o botão de ligar e foi bobinando até chegar a faixa.
De repente a musica tirou-nos do chão, era como se levássemos, ao mesmo tempo, um soco no estomago.
O que era aquilo?... que som era aquele?... que letra agressiva, que tipo de poesia era essa...e o Milton cantava em duas vozes???
Ele ainda tocou a musica duas vezes mais e foi embora.
Ficamos ali, por algum tempo atônitos. Desse dia em diante, o Jordão virou nosso GURÚ.





















NOS ANOS 70 A BANDA TOCAVA ESSA MÚSICA. ESSE ÁUDIO É UMA RECRIAÇÃO DO ARRANJO ORIGINAL , GUARDADA AS PROPORÇÕES, SERVIRÃO PRA ILUSTRAR OS COMENTÁRIOS.






CRIAÇÃO  DO JORDÃO PRAS MISSAS, É UMA MELODIA TRISTE MAS A GALERA FAZIA COM MUITO GOSTO E NÃO SOAVA MELANCÓLICO.

fotos e vídeos arquivo pessoal,  e dos amigos do facebook

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

CRUELDADE LIGHT ?.

CRUELDADE LIGHT ?. NOITE OU DIA, NO CONGELAR NA INSANIDADE. 


De novo, enxada bola banho jantar Tv, sono, e noite adentro, nessa, interrompida pelo vigilante que agora a mando do carrasco me punia   horas sem fim por desaguar no colo do berço, com medo da noite ou fadiga a água que quase não bebia. 

No xadrez corredor xadrez meus pés descalços, adormecidos de frio e aprisionados num quadrado vermelho eram companhia de outros pés encarcerados num outro quadrado a frente, o de cor amarela, o outro de cor vermelha... amarela... 
Sobre nossas cabeças vergonha, sonhos e o colchão de capim que aquecia a noite e acalentava o sono adormecido em talcos de BHC. A alma pesava mais que o próprio castigo e as dores nas pernas, pescoço e ombros não eram maiores que a vergonha de no suspiro da alvorada, ao despertar da tropa ser flagrado naquela posição pelos irmãos. 
A trama do militarismo feudal sempre presente, acabava envolvendo, castrando ou alimentando os sentimentos, um código de ética criado sem ordens oficiais, há tempos estabelecido separava e premiava privilégios e merecimento. Era vergonhoso chorar, ter saudade, ter afeto, os maiores tinham prioridade na comida e nas tarefas, os deficientes esquecidos, os puxa-sacojurados por alguém, os afeminados protegidos, os fracos apanhavam pra ganhar firmeza, os castigados e mijões expostos e escrachados, os pernas de pau excluídos, os bons de bola ou briga respeitados e os caguetas desprezados com os ventos da lepra, as vezes crucificados no corredor da morte, pra ficar suave, no corredor polonês, e tome pancada. 
Brigas eram comuns pra manter poder e hierarquia e bem alimentadas, era literalmente mano a mano mesmo pois as vezes dois irmãos da mesma sorte eram obrigados a duelar, briga de galo em luta de animal, como cão raivoso, a satisfação era ver sangue, se não houvesse porrada muita e das boas os dois ou quem se recusava bater apanhava. 
O golpe mais utilizado numa briga era a rasteira, às vezes se ameaçava com o braço e tome pernada por baixo, noutras, primeiro a sugesta com uma, e la vai rasteira com a outra, se vacilasse olhando as pernas tome tapa na cara e ouvidos e zum , zum, zum,, zum zum zum... parana e ... camará. 
Manhã sem aula, sábado ou feriado não sei, sei do frio que nem o terreiro nos mandaram varrer, fechados no quartinho da dispensa, quase todos espremidos na dispensa xadrez, participavam de uma atroz crueldade light se é que existe. Primeiro as estórias das assombrações que apareciam durante a quaresma, aquilo mantinha-nos cheios de medo, dele, dos mortos que vagavam pela mata, do curupira, saci, almas penadas, e até de DEUS. Depois, um por vez todos tinham que cantar uma música, completava-se a rodada e música inédita, quem não cantasse ou repetisse entrava na chibata e passava um tempo lá fora na fermata do insano, no frio e descalço, se a " brincadeira " ficasse sem graça voltava alguém que lembrasse alguma nova ou bastante popular pra dar novo animo. 
Santa Cecília e a padroeira do Monte Alegre eram quem cuidavam pras gripes e resfriados não virarem pneumonias ou bronquites e me iluminaram ao lembrarem-me de minha mãe e das canções que cantava pra mim, Ah barracão, Sertaneja, Olê Mulé Rendeira, Acorda Maria Bonita, Carinhoso, Ronda..., lembrava de minha mãe e adiava o castigo. 
Confesso que tinha irmãos que se alvoroçavam pra voltar pra cela dispensa não pra fugir do frio, mas de tão envolvido que estava, voltava pra cantar algo que julgasse agradar a platéia e o carrasco e ganhar algum suposto credito As músicas eram variadas, e rolava de tudo e do jeito que o interprete conhecia, e como ou com quem aprendera determinada gravação; e tinha até coreografia, da pra se enxergar dai as imitações é só fechar os olhos, o jeito que saia uma música por exemplo as sertanejas na voz de um menino, querendo fazer segundas, impostações, vibratos de boca de ovo ou falsetes ou ainda o esforço pra alcançar as notas quando se começava num tom alto e o refrão exigia mais, e o medo, e o frio, e o ritmo, e o descompasso e as letras recriadas, ali na hora. 
Nessa passagem ouvimos entre outros, Lupicínio Jamelão,( é junto pra se fundir os dois), Inesita Barroso, Roberto Carlos, Tonico e Tinoco, Sergio Reis com direito ao solo do início e fim, Adoniram Barbosa, Cascatinha e Inhana e a índia do primeiro amor, Ataulfo Alves, guarânias, modas de viola, as carnavalescas, sambas e uma em especial que ficou gravada, pois o irmão só sabia essa e sabendo que iria apanhar, mudava de tom, impostava a voz mas a ladainha era a mesma, e todos desfilavam bem o samba enredo da escravidão. 
Chorando de medo, as confusões, no canto, nos versos e a performance dele faziam o louco de batuta chibata na mão, gargalhar e manda-lo cantar e repetir de novo, e chorô chorô chorô e risos, e de novo, e gargalhava e o pobre chorava e de novo, de novo... e o frio... e todo mundo zoando... e o medo...


SABIÁ LA NA GAIOLA FEZ UM BURAQUINHO,


VUÔ, VUÔ, VUÔ...


A MENINA QUE GOSTAVA TANTO DO BICHINHO,



CHORÔ, CHORÔ, CHORÔ...





















fotos google imagens, arquivo pessoal, amigos do facebook







quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

COBRAS, COMIDAS E O VENENO QUE NÃO MATOU

OS ANOS DE TERROR E TRISTEZA FORAM EMBORA COM A SAÍDA DE LÁZARO O CARRASCO, TUDO MUDOU COM A CHEGADA DO NOVO CASAL DE LARISTAS DONA TERESA E SEU BENTO APESAR DE AINDA TER FICADO UM POUQUINHO DOS ANOS DE TERROR, COISAS DOS ANTIGOS MANDATÁRIOS, OS IRMÃOS LASSALISTAS.
O TRABALHO NA ENXADA PROSSEGUIA ACHO QUE COMO PARTE DO CURRÍCULO VIGENTE, O MODELO FOI ADOTADO DESDE ANTES DO IMPÉRIO E SEGUIU ATÉ  DEPOIS DO SARNEY. O TRABALHO ERA QUASE IGUAL AOS TEMPOS DE ESCRAVIDÃO, PRA SER IGUAL SÓ FALTAVAM AS CORRENTES NOS PÉS E PESCOÇOS PORQUE SURRAS E CASTIGOS HAVIAM E AOS MONTES, ERA O MODELO DA EDUCAÇÃO BRASIL Á FORA.
O ANTIGO CARRASCO ESCALAVA UM VETERANO PRA COMANDAR O TRABALHO E NÃO APARECIA, O CAPANGA FICAVA NA SOMBRA COM UM BULE DE ÁGUA E SÓ DAVA UMA CANECA QUANDO JÁ ESTÁVAMOS PERTO DE TERMINAR, A CANTIGA ERA, ESCOLA E ENXADA, AS VEZES ENXADA E ESCOLA, SE PUNIDO ENXADA, REPREENSÃO ENXADA, PELO MEIO DA MANHÃ OU MEIO DA TARDE DEPENDENDO DO HORÁRIO ESCOLAR, VINHAM OS PÃES RECHEADOS DE MELAÇO DE CANA MAS A ÁGUA ERA RACIONADA, TINHA IRMÃOS QUE MAL PODIAM COM A ENXADA E A MAIORIA ERA MENOR QUE O TAMANHO DO CABO, ELES INCUTIAM NA GENTE QUE QUEM TERMINASSE O TRABALHO ESTIPULADO PODERIA APROVEITAR O RESTINHO DO TEMPO PRA JOGAR BOLA COMO SE FOSSE UMA PREMIAÇÃO, AS RELAÇÕES DE AMIZADE SE FORTALECIAM QUANDO ALGUÉM AJUDAVA OUTRO PRA TERMINAR O TRABALHO E SAIR DO SUPLICIO OU TE LO NO MESMO TIME.
O TRABALHO ERA MEDIDO PELO TAMANHO DO CABO DA ENXADA GERALMENTE TRÊS OU QUATRO VEZES OU CINCO A MEDIDA  DO CABO E NÃO IMPORTAVA A DISTÂNCIA, NEM A QUALIDADE, NEM A ALTURA DO MATO A SER CORTADO, CAPIM GORDURA TOCA DAS COBRAS, CAPIM NAVALHA QUE REALMENTE CORTAVAM A PELE E A TERRÍVEL CANA DE BURRO QUE SOLTAVA UM POLEM QUE EM CONTATO COM O SUOR ARDIAM PRA CARAMBA E IRRITAVAM A PELE E TAMBÉM NÃO IMPORTAVA SE TINHA FORMIGUEIRO OU CUPINZEIRO, SAÚVA OU ARANHAS, TATURANAS OU BESOUROS, COBRAS OU LAGARTOS, NÃO SE ADMITIA PULAR O CAMINHO ESTIPULADO O TRABALHO TINHA QUE SER CUMPRIDO,  A TERRA SECA VIRAVA BARRO PEDRADO E NOS ENCHIAM AS MÃOS DE CALOS E BOLHAS,  A MEDICINA LOCAL PASSADA AO LONGO DAS GERAÇÕES RECOMENDAVA PASSAR O BARRO DOS BARRANCOS QUE ERA FINO FEITO TALCO NAS MÃOS E SE A BOLHA ESTOURASSE PRIMEIRO URINAR NA MÃO E DEPOIS O  MILAGROSO BARRO MAISENA PRA ALIVIAR A ARDÊNCIA DO SUOR  E SUPORTAR O CAVUCAR DO BARRO, SE ALGUÉM ENCONTRASSE ALGUMA FRUTA PELO CAMINHO TINHA O DIREITO DE COMER SE ESTIVESSE NA PARTE DELE, HAVIAM MUITOS PÉS DE MORANGO SILVESTRES ERAM MUITO BONS MAS ERAM CHEIOS DE PEQUENOS ESPINHOS E INFLAMAVAM COM FACILIDADE DE SE TER FEBRE E PUS.
COM A TERRA LIMPA PLANTÁVAMOS FEIJÃO, MILHO, MANDIOCA, BATATA DOCE MAS ERA UMA COISA QUE NÃO VINGAVA A TERRA DAVA MAS ERA MINGUADA AS VEZES AS FORMIGAS DEVORAVAM, OU AS PRAGAS, AI A GENTE MANIPULAVA O VENENO FORMICIDA SEM NENHUM CRITÉRIO E NA HORA DO LANCHE ERA COM A MÃO SUJA MESMO QUE A GENTE COMIA.
SEU BENTO ABOLIU AS CRUELDADES E HUMANIZOU O TRABALHO, ESTAVA SEMPRE PRESENTE, TODOS ERAM IGUAIS, NÃO HAVIA UM LÍDER, ENSINAVA O MELHOR JEITO DE USAR AS FERRAMENTAS, ERA JUSTO NA DIVISÃO DAS TAREFAS, AMOLAVA OS EQUIPAMENTOS, SE TIVESSE CHOVENDO OU FRIO DEMAIS NÃO PERMITIA O TRABALHO, NO CASO DE ALGUÉM FERIDO TRATAVA COM ÁGUA CORRENTE, MERTIOLATE, SULFA MAS PERMITIA AINDA SE URINAR NAS MÃOS COM RESSALVAS NA HORA DE COMER ALGUMA COISA OU MANUSEAR O VENENO.
PRA MIM EM PARTICULAR  FOI UM GRANDE MESTRE  NA ARTE DE CULTIVAR A TERRA E AMA-LA MAIS QUE TUDO, SABIA A LUA CERTA PRA SE CORTAR OS TALOS DE MANDIOCA, CANA E PLANTAR FEIJÃO E OUTRAS, NÃO PERMITIA QUE SE COMESSEM ALGUMAS FRUTAS, COLHIA NO TEMPO CERTO E ARMAZENAVA NUMA DISPENSA QUE CONSTRUÍMOS DE MADEIRA E GALHOS DA MATA PRA DEPOIS DIVIDIR, ARRANJOU UMA MAQUINA DE MOER CANA E AI A TERRA FLORESCEU EM ABUNDANCIA, OS PÉS DE ABOBORAS SE ESPARRAMAVAM FEITO ÁGUA DE ENXURRADA, AS BANANAS ERAM SEMPRE CARNUDAS, O MILHARAL DE GRANDES ESPIGAS, A JABUTICABEIRA DEPOIS QUE ELE ENSINOU A FAZER MARCAS NO TRONCO E COLOCAR PREGOS A CADA ANO DOBRAVA A CARGA, FEZ UM GALINHEIRO, CRIAVA PATOS  POMBOS E COELHOS, DEPOIS FEZ UM FORNO DE BARRO, EU SEI QUE COM ELE TUDO FLORIU ATÉ OS JARDINS COM DIFERENTES MUDAS DE PLANTAS E FLORES PASSARAM A TER DESTAQUE.
EM 74 SEU ANO DE CHEGADA HOUVE UMA GRANDE GEADA QUE MINGOU TUDO QUE FOI PLANTADO E CAMINHANDO COM ELE PELO MILHARAL DEU PRA VER A TRISTEZA COM QUE OLHAVA AQUILO TUDO PERDIDO, BODEJAVA PRA ELE MESMO, A PENA COM QUE ABRIA UMA ESPIGA FRANZINA E ESFARELAVA COM UMA DAS MÃOS DEBULHANDO OS GRÃOS ERA PENOSO, A CERTEZA DE TUDO PERDIDO LHE FERIU O FUNDO DA ALMA.
NÃO ADMITIA PREGUIÇA OU MOLEZA NEM DOS FILHOS, PRA UM CERTO DESCONSOLO DA MULHER, O DÉCIO TINHA O A FIBRA DO PAI SE DAVA COM TODOS, O OUTRO O MAIS NOVO, DANIEL, ERA ENJOADO, DENGOSO, MELINDRADO E PARECIA TER NOJO DA GENTE, VOLTA E MEIA ALGUÉM ERA PUNIDO POR CAUSA DELE, MAS PELA MÃE PORQUE O PAI NÃO ACEITAVA AQUILO, PRA NÃO BRIGAR COM A MULHER  E CAUSAR UM CHOQUE DE PODER ELE ENGOLIA CALADO.
DESDE MUITO TEMPO ATRAS AS COBRAS ENCONTRADAS ERAM CAPTURADAS E RECOLHIDAS NUMA CAIXA PADRÃO,  IAM PRO SERPENTÁRIO PRA DEPOIS O PESSOAL DO BUTANTAN VIR RECOLHER, A MAIOR PARTE JARARACA, TINHA CORAL E NUNCA ESPEREI PRA VER SE ERA DO TIPO VENENOSA, TINHA COBRA VERDE, TINHA UMAS PRETAS BEM PERTO DO LAGO E OUTRAS QUE ERAM LENDAS, E A GENTE FANTASIAVA, FALAVA DAS NAJAS DOS FILMES, DAS DE DUAS CABEÇAS, DO HÉRCULES  QUE MATAVA E CADA DENTE DELA VIRAVA UM ESQUELETO, DA MEDUSA QUE TINHA UM NINHO NA CABEÇA E PETRIFICAVA SE OLHASSE NOS OLHOS DA GENTE, POR DEUS NÃO TINHA AINDA FILME DE ANACONDAS POIS NUNCA MAIS HAVERIAM FUGIDAS PRO BANHO NO LAGO E POR DEUS TAMBÉM NINGUÉM MORREU PICADO, AS HISTORIAS ERAM TANTAS QUE QUANDO A GENTE ENCONTRAVA UMA,  O BANDO DE GUERREIROS? CERCAVA A POBRE POR TODOS OS LADOS, SÓ FALTAVA A CORAGEM DA CAPTURA, QUANDO ELA FURAVA O CERCO E FUGIA  SE EMBRENHANDO NO MEIO DO MATO FICAVA A PRESSÃO PSICOLÓGICA E SE O BICHO VOLTASSE PRA SE VINGAR? E ESTIVESSE ESCONDIDO ESPERANDO PRA DAR O BOTE OU TER CHAMADO AS IRMÃS? COISA DE MENINO SONHADOR, ERA ISSO, A GENTE ERA SÓ ISSO, MENINO LIVRE E SONHADOR SONHANDO EM SER FELIZ. DEPOIS ENTENDEMOS UMA MANEIRA DE SE PARAR UM POUCO A PROCISSÃO  DO CALVÁRIO, VIRARAM  NOSSAS AMIGAS E MOTIVO PRA GENTE COZINHAR O GALO, E TINHA ARTISTA QUE GRITAVA PEDINDO AJUDA, CHORAVA, BATIA A ESMO NO MATO E ALGUMAS VEZES SE FINDAVA O TRABALHO, NÃO POR CLEMENCIA, ERA POR QUE  JÁ ERA A HORA DO RANGO.
DEPOIS A GENTE IA VER O SERPENTÁRIO E DAR COMIDA ÁS COBRAS, ERA ATÉ COVARDIA FICAR ASSISTINDO UMA COBRA DEVORAR RATOS SAPOS E ATÉ FURÕES AQUILO PODERIA  TER SIDO  UMA GRANDE  SALA DE AULA MAS NUNCA HOUVE NADA DESTINADO Á MATÉRIA.
O SERPENTÁRIO FICAVA NO GRAMADO DE ENTRADA, O VENENO VINHAM DE LÁ,  DE LÁ  TAMBÉM O  MEDO, MEDO DA MORADA DAS COBRAS.
APESAR DE TODA CRUELDADE SOFRIDA GANHEI FORÇA, CRIEI MÚSCULOS, ESPICHEI UM POUCO E OS CALOS NUNCA ME ABANDONARAM,  SEMPRE APARECEM, ESTÃO LÁ SÓ ADORMECIDOS. ACHO QUE O TRABALHO DE CULTIVAR A TERRA DEVERIA SER USADO PRA RESSOCIALIZAR  E  CURAR GENTE PREGUIÇOSA, É MUITO PRAZEROSO VOCÊ LIMPAR A TERRA, PENSAR NO TEMPO, NA ÉPOCA, NO CLIMA, NA CHUVA, NO SOL, NAS FASES DA LUA, NA ÁGUA, NA TERRA, PLANTAR, REGAR OU TORCER PRA CHUVA CAIR, VER A PLANTA GERMINAR CRESCER, ESTICAR SEUS GALHOS, DAR FRUTOS, COLHER E DEPOIS COMER O FRUTO DO TRABALHO, COMENDO COM AS MÃOS E TODOS OS SENTIDOS, É MARAVILHOSO. GANHEI ESSES VALORES E MEU CORPO AINDA AGRADECE AS VACINAS NATURAIS QUE VINHAM DA QUEIMAÇÃO DAS TATURANAS, FERROADAS DE BESOUROS, DOS BANHOS NOS PÉS E PERNAS DE FORMIGA LAVA PÉS AQUELAS PEQUENINAS, DAS MIJADAS DA FORMIGA PRETA, DOS FERRÕES DE SAÚVAS E ABELHAS, DOS ESPINHOS DA CASTANHEIRA E  DOS MORANGOS, DEVO ESTAR IMUNIZADO DE MUITA DOENÇA, ESPINHOS OU FELPAS NÃO ME INFLAMAM COM FACILIDADE, NUMA PICADA DE INSETO A FEBRE É PASSAGEIRA E FRACA,  ME DOU COM TODO TIPO DE ALIMENTO E ACHO QUE NÃO TENHO O CORPO REMOSO. POSSUÍA DENTES PERFEITOS QUE FORAM MOLDADOS NO DESCASCAR DA CANA COM A FORÇA DE MORDEDURA DE ANIMAL, COMIA TANAJURAS CRUAS, SUGAVA TALOS DE FLORES, MATAVA A SEDE NOS CIPÓS  E CONFESSO QUE LAVÁVAMOS OS PRATOS DE AÇO COM A LÍNGUA, FALO NO COLETIVO PORQUE TODOS OU PELO MENOS QUASE,  O FAZIAM SEM NENHUMA DOR PELA QUEBRA DE ETIQUETA, ACHO QUE ERA UMA ANTIGA TRADIÇÃO CHINESA CONTADA E RECONTADA, E CONTADA DE NOVO QUE NOS ABOLIA DE QUALQUER FALTA DE EDUCAÇÃO. DEVO TER ME TORNADO UM PREDADOR AMBÍGUO CARNÍVORO E QUASE VEGETARIANO SE ME DESCESSEM COM FACILIDADE BERINJELAS E ABOBRINHAS E OUTROS VEGETAIS.  SINTO A SANHA DA CARNE CRUA TEMPERADA, E DO CHARQUE CRU, NÃO ME TRAVA E NEM DÁ RANÇO O LEITE OU CARNE DE SOJA  E OUTROS EXPERIMENTOS TESTADOS, PENSADOS UNICAMENTE NA ECONOMIA, DEVO TER SIDO UMA BOA COBAIA POIS APUREI A PERCEPÇÃO PRA ALGUNS CONSERVANTES E NADA DISSO ME CAUSOU DOENÇA OU MATOU ME, PELO QUE SEI OU DIZEM, AINDA ESTOU VIVO,  BOM, PELO MENOS AS LEMBRANÇAS ESTÃO, VIVAS PRA CONTAR QUE ERA ASSIM, FOI ASSIM, E QUEM SENTIU A CRUELDADE NÃO SE ASSUSTE POIS TUDO ERA BEM PIOR.

 ESSA FOTO É DA LIGA SOLIDÁRIA E ME LEVA Á ESSE TEMPO NARRADO, DEVE TER VINDO DOS ARQUIVOS DO SIMÃO EU SINTO ISSO. NÃO FOI DE ALGUÉM DE OUTROS TEMPOS.









































fotos: facebook, liga solidária, google imagens, cidade de menores Getúlio Vargas, Educandário Santa Therezinha, Instituto de Batatais